O desenvolvimento do modo de produção capitalista. Parte 04 #Filosofia-Política

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Deixarei os links para as outras partes publicadas no final deste texto.


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Com todos os fatos que acorreram no mundo logo no início do século XX, houve a necessidade de dar uma “repaginada” no capitalismo, pois o modelo liberal já se mostrava insustentável, afinal, a concentração de renda era enorme e as desigualdades sociais apenas cresciam.
 
É então por volta da década de 30 e 40 que surge um novo modelo, o chamado modelo de “bem-estar social”, este modelo é oriundo da Inglaterra e é copiado, digamos assim, em toda a Europa, América do Norte e em alguns países da América Latina, de forma parcial, mas em tese era o mesmo conceito.
 
A orientação deste modelo continua sendo o livre mercado, só que agora ele sofre uma forte intervenção estatal. O teórico que fundamenta esse modelo é o economista John Maynard Keynes, considerado por muitos até hoje o maior expoente da economia mundial, inclusive, hoje muitos economistas se denominam neo-keynesianos. Dessa forma, podemos inserir mais dados na tabela.
 

CronologiaRev. Indust. até déc. de 20/30 séc. XX30/40 até 70/80
ModeloLiberalBem-estar Social
OrientaçãoLivre MercadoLivre Mercado c/ Interv. Estatal
Fund. TeóricaAdam SmithJohn M. Keynes

 
Pois bem, mas qual era a configuração do modelo de bem-estar social? Como o próprio nome já sugere, o modelo propõe uma distribuição de renda com o intuito de minimizar as desigualdades sociais da época. Mas como isso era feito?
 
Para Keynes, o Estado deveria intervir na economia de modo a corrigir alguns dos problemas oriundos do capitalismo. Esta intervenção deve ocorrer em forma de controle e regulação das atividades econômicas. É nessa época que se propaga a criação de diversos Bancos Centrais nos países envolvidos, ministérios ou órgãos estatais focados em planejamento, órgãos ou ministérios focados em cadastro de trabalhadores, entre outras. Tudo isso com o intuito de manter uma análise acerca da economia, hoje diríamos em tempo real.
 
Todo esse aparato estatal não servia apenas para meros exames econômicos, a intenção era de quando se iniciassem os períodos de crise houvesse a intervenção do Estado, pois como já citei em um texto anterior, o capitalismo é constituído por fases de crescimento e crise.
 
Pois bem, Keynes sabendo disso entendia que logo após uma fase de crescimento surgiria uma crise, lógico que ambos não acontecem da noite para o dia, levam tempo, daí a necessidade de se dar continuidade em estudos econômicos para quando acabar o pico de crescimento e iniciar a queda para a crise surgir a intervenção do Estado.
 
Crescimento e crise econômica possuem características distintas mas cada qual de forma específica, pois bem, um dos melhores fatores de começar a perceber o início de uma crise é quando o nível de desemprego aumenta, quando empresas começam a diminuir o nível de investimento e mais uma série de fatores, indicativos e índices que demonstram o desinvestimento por parte do setor privado.
 
Neste ponto entra a intervenção estatal, nessa hora o papel do Estado seria o de gastador, sim, gastar. Mas não de forma desordenada, de forma específica e pontual, por exemplo construindo estradas, hospitais, escolas, etc, de forma a gerar empregos diretos e indiretos.
 
Vale lembrar que uma construção vinda por parte do Estado não gera empregos apenas na área da construção civil, uma escola por exemplo, vai gerar emprego na área da construção mas após ela ficar pronta são contratados professores, merendeiras, diretores, faxineiros, enfim toda uma gama de empregos são gerados através de uma mera construção, e, se olharmos pelo viés do abastecimento à sociedade, causam melhorias, pois mais pessoas serão atendidas pelas escolas, hospitais, etc.
 
Ou seja, o trabalhador que parou de ser consumidor ao ficar desempregado no início da queda, volta a consumir aquecendo dessa forma a economia do país e não afetando diretamente o comércio e a indústria.
 
Dessa forma não fazia diferença se o orçamento do estado fosse deficitário, pois ao intervir logo no início da crise, o Estado praticamente a anularia, voltando a fase de crescimento econômico, dessa forma arrecadando mais impostos até o momento que se tornasse superavitário.
 
Até que novamente surgiriam índices de queda e novamente a intervenção do Estado, construindo moradias populares, creches, escolas, hospitais, etc. Tudo isso além de evitar as graves crises econômicas do capitalismo, gerava benesses à população, pois era basicamente o imposto pago que voltava através de diversos fatores e intervenções estatais.
 
Esse modelo demonstrou um êxito jamais visto na história do capitalismo, basta olharmos na história econômica ocidental para comprovarmos isso. Entre as décadas de 30 e 80 do século XX, não houve uma crise propriamente dita do capitalismo, houve algumas crises como a do petróleo no final da década de 70, mas uma crise direta do capitalismo não existiu.
 
Esse não foi o único fator benéfico do modelo de bem-estar social, mas como o texto já está grande deixarei o restante para amanhã.
 
PARTE I: O desenvolvimento do modo de produção capitalista – Parte 01.
PARTE II: O desenvolvimento do modo de produção capitalista. – Parte 02.
PARTE III: O desenvolvimento do modo de produção capitalista. – Parte 03.


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Saudações, @demokratos

Excelente texto, man!! Muito bem explicada a questão do desenvolvimento da produção capitalista!

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Muito obrigado @julisavio.
Ainda faltam algumas partes, preciso terminar de demonstrar o modelo keynesiano e falar também sobre o neoliberalismo.

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