Diário de quarentena #16

Outro dia.

Cada vez mais o Rio de Janeiro vem voltando a sua normalidade social, apesar do comércio parcialmente fechado, e da entrada restrita na cidade.

Praças cheias, orlas cheias, em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas, cheio...

E olha que não são locais da população de classeis sociais mais vulneráveis.

Enquanto isso espera para vaga de UTI chega a quase 1000.

Os hospitais de campanha estão atrasados.

O único pronto, é o do Leblon, construído pela iniciativa privada, mas com atendimento público.

Estamos diante de um cenário catastrófico, mesmo que previsível.

Existe um Brasil extremamente desigual, em seus extremos, que de invisível, se tornará os dados mais marcantes da nossa história...

A negação da realidade é um sintoma típico do nosso tempo, onde a alienação a imaginação virtual, se tornou a norma. Alimentado pelo 'phatos' natural, somado a patologia social psíquica e somática.

Mas muita gente não verá nada disso, não fará parte de suas realidades, cada mente é um universo cada vez mais personalizável, narcísico, primitivo.

E tudo uma hora passará...

Socialmente, esqueceremos logo...

Tão logo o sol nascer.