Diário de Quarentena #48
Seguindo na quarentena...
Recentemente teve-se grande discussão sobre o SUS, a partir de um decreto do Governo Federal.
Tamanha repercusão, o decreto foi revogado.
De um lado o coro pela não privatização do SUS fez eco e reverberou no Palácio do Planalto.
De outro o decreto não significava a privatização do SUS em si, mas era mal escrito, e abria margem para muita coisa.
A saúde privada pode participat do SUS desde sua elaboração. Essa nunca foi a questão.
À posteriori o Governo disse que o decreto era focado em obras e gestões privadas do serviço público específicas. Mas depois que o leite derramou, é fácil falar o que quiser.
O SUS é o maior sistema de saúde público do mundo, abrange 70% da população brasileira.
Além de serviços de urgência e emergências, também contampla vigilância sanitária, fiscalização da saúde privada, pesquisas científicas, ambulatório de especialidades, programa de atenção primária com territotialização da ação do Estado, formação de diversas áreas de saúde e educação, assistência à diversos povos minoritários e maioritários, medicações, e muito mais.
Até no interior da Amazônia tem SUS.
Ainda tem muito, muito, o que melhorar.
Contudo, o SUS é um adulto jovem, tem 20 anos. E antes disso?
A saúde pública era só para servidores do Estado, ou beneficente(Santa Casa, Beneficências...).
Não tinha como reclamar do que não existia. Era normal morrer sem assistência. Morreu.
Não é a toa que a mortalidade infantil diminui ao longo dos anos. A expectativa e qualidade de vida aumenta. A morbidade diminui.
Não seria um paradoxo ser a favor da família e contra o SUS? Quantas famílias o SUS abrange em assistência?
Autismo, déficit intelectual grave, psicoses, abandono de incapazes, alterações genéticas, lares disfuncionais, abusos de substâncias, etc...
Quem cuida dessas pessoas? Quem responsabiliza e ajuda as famílias na assistência? Quem faz controle do HIV? Sífilis? Hanseníase(lepra)? Tuberculose?
Sabe quantas pessoas morrem por lepra e tuberculose na história? Independente da questão financeira. Até reis e rainhas.
E quem paga por isso?
As mesmas pessoas que pagam os 200 mil reais de bancada de um deputado, e seus 20 poucos mil reais de salário, e mais vale moradia, alimentação, terno, e até plano de saúde privado, etc...
Ou os 50, 100 mil reais mensais dos juízes e desembaegadores...
Ou os milhões de reais de obras superfaturadas...
E por aí vai...
Quem paga é o contribuinte. Somos todos nós!
Já viu alguma sociedade sem imposto?
A questão de quem lê mais um pouco, não é pagar imposto, mas o seu retorno em benefício social. E não tem maior conquista social do que o SUS.